11.24.2008

Todo eu é a estética de nadas ancestrais.

Que importa a mim o corpo, simples pasto enganoso do espírito?
(enganoso sobre si, não sobr’ele)
Híbrido de falta e unicidade – dupla falácia sublimada pela palavra humano;Importa, assim, a mim, mais os vermes do banquete venturoso do poder ser além do gozo.

Confunde-me mais ser bicho que poeta,
E mais ainda isso ser um contra-senso, psicológico e moral –
Não o do contraste de num cigarro ter aceso o nada metafísico,
Mas o da dicotomia do penetrar o alheio no que não é um nem outro:
Valores de valores,
Queda-me pobre ser também vocês – é também de sangue que se vive –,
Sendo que pudesse ser tão mais grande ao ser poeta só pra mim.
Sem os olhares esquivos e crivantes, amantíssimos, nebulosos, sedutores e descrentes,
Sem os cuspes e lambidas nos ouvidos acostumados já há tanto, e tanto, a serventes serem –
até mais que a eles próprios.

O Corpo.
Tal, assim, este mesmo que Deus haveria de chamar;
Sem as palavras mágicas que houve de usar para criá-lo;
Mas – tão mais lúcido –
Pelo vocábulo criado para o representar, e representá-las,
Criado pela faculdade de linguagem
que não sei como chama quando a ela se dirige.

(assim fica a vontade de um pedido, como promessa)

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