11.24.2008

Então...

Covardes, os fortes do porvir, impermeadas fontes que fulminam qualquer gosto.

Condenada, pois, a água por não abandonar o rio nem as nuvens; ao não deixar de ser vapores e precipitação –
Então se poderia ponderar a ousadia e presença contínua d’alma,
Que julgada por ser, pelo que, o que lhe cabe.

Então, culpa ao fruto a sede e a saliva,
Ambos, fruto e boca, pecadores de não haver outra saciedade que não o próprio irem um ao outro,
Corpóreos de ambígua potência – intenção e senda.

Divino módulo da mandíbula,
Provedor à poupa e à boca de seus sentidos de serem – individuais e juntas –, que,
Sem mesmo o saberem,
Fá-las no momento ao qual se fazem
(em olímpos de papilas, enzimas e frutoses enigmáticas; em sinapses, devaneios, lisergias; amuletos, drogas, em procissões de desmesuras; em penas e pagamentos) –
Na sorte dos azares de sermos.

Verazes, deveras verazes, as mentiras que engendram novas cores.

Então, sórdido é o deus que não saiba o nomear humano de sua criação;
O palhaço que se não ria do ofício de sua condição – preso à alegria que evoca,
À realidade que cria.

Porque não possamos negar a desmedida –
O Indefinido Sim –
Nenhuma seta que nos dome, nem centro que nos meça.

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