10.26.2008

Trapézio de idéias e espectros do monólogo, velho imagético; à frames de movimentos...

Internos do tempo,
Há aqui outras bocas escarninhas e poetas porque viveram e vivem,
Deixam seus pedaços.
Pr’um quebra-cabeça sempre completado e equivocado...
Peças perdidas num tapete vasto; pós e cacos apagados...
Num tapete tempo,
Que se gasta emaranhando novos fios de cores jamais vistas.

Pára, meu coração,
Minha escrita rodovia,
Rodoviária! Respira!
(Fuma um cigarro metafísico para os comerciais...)
Vaga mala calma.
Quantas bagagens, motivos, quantos vivos se passam,
Nesse espaço que é só via!...
Acho meu amor numa esquina encruzilhada d’alma

Poeta, nau cega da eternidade márea
(pronto a ser náufrago nas instituições pedras; rochedos, as cidades; turbulência das políticas:
poesias presidente, cartão de banco, conta corrente; meandros da intimidade cornumbada; cumprimentos apartheides).
assim estava antes...
Antes do poema ou qualquer coisa atabalhoada e interna...

Mas pôr agora meus olhos em tuas pálpebras, enquanto dormes,
Esperando que acorde a vida
E que coloria com lápis coloridos suas palavras,
A nossa rotina artística de sabores orgíacos escorregadios,
É estar em vista de um mapa antes visto,
Mas guardado intocado;
É chegar algures de mãos dadas,
Sentidos despertos,
Passos precisos em pernas engajadas...
Quando em quando trôpegas em verdades.

*

Toda face o espelho me promove e não agracia.
Cada porta é rosto e gesto –
o corredor afasta o horizonte a cada passo...

A minha doença de olhar tal longe – displicente em bater e esperar que atendam;
Quem não sei

Como tivesse que entrar aos solavancos, não o fazia...
E a chave ignota de baixo do capacho.

Um comentário:

Jhê disse...

Essas chaves com vontades, esses solavancos e pinotes...
é o que deveras acontece, porém de um modo diferente pelo menos pra mim...
malditos e viciantes cigarros.. enfim

bom texto, vi seu blog no da Ana que acredita que ainda é tempo de morangos... rs.

abraço:*